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31/10/2008

MOTO DA REFORMA


"Sola scriptura, sola gratia, sola fide, soli Deo gloria, solo Christi"


AINDA HÁ MOTIVOS PARA COMEMORAR A REFORMA?
Por Alderi Souza de Matos

1 Pedro 1.22—2.10

Introdução

Dentro de alguns anos, será comemorado o 500º aniversário da Reforma do Século XVI. Com tantas mudanças que o mundo experimentou nestes últimos cinco séculos, seria o caso de nos perguntarmos: Terá ainda razão de ser o nosso movimento? Justifica-se ainda o protestantismo?
A realidade nos mostra que, passados tantos anos, as verdades fundamentais e solenes redescobertas pelos reformadores continuam sendo desprezadas, tanto fora quanto dentro do movimento evangélico. Podemos exemplificar isso com um dos grandes princípios acentuados pela Reforma: “Solo Christo” ou a plena centralidade e exclusividade de Cristo como único e suficiente Salvador, o único mediador entre Deus e a humanidade.
A Igreja contra a qual se insurgiram os reformadores continua hoje, quase meio milênio mais tarde, a negar a Cristo um lugar exclusivo na fé, no culto e na devoção dos seus fiéis. Por causa da ênfase antibíblica no culto a Maria e aos santos, Jesus Cristo ocupa um lugar inteiramente secundário na vida e devoção de milhões de brasileiros que se dizem cristãos.
Mas as antigas verdades essenciais recuperadas pelos reformadores também têm sido ignoradas dentro das igrejas evangélicas. Se os reformadores voltassem à terra hoje, ficariam chocados com certas doutrinas e práticas correntes entre os evangélicos e com a sua falta de entusiasmo pelas importantes convicções redescobertas no século XVI.
Essas razões já são suficientes para justificar a atual relevância e necessidade da obra restauradora realizada pelos pioneiros da Reforma. Um aspecto interessante desses pioneiros é o fato de que eles, embora compartilhassem os mesmos princípios, tiveram diferentes experiências, que os levaram também a diferentes ênfases nos princípios que defenderam.
Gostaríamos de ilustrar três desses princípios através da experiência de três grupos reformados, tomando como ponto de partida os capítulos iniciais da primeira carta de Pedro. Nessa carta, o apóstolo lembra aos cristãos da Ásia Menor os fatos centrais da sua fé (1.3-12) e suas implicações para a vida (1.13-17). Em seguida, ele fala sobre as conseqüências disso para a sua identidade como grupo, como povo de Deus (1.22—2.10). Vemos nessa passagem três grandes ênfases da Reforma.
1. Graça e Fé
O fundamento da vida cristã é o fato de que somos salvos pela graça de Deus, recebida por meio da fé. Deus nos amou, por isso nos deu seu Filho; crendo nesse amor e nesse Filho, somos salvos. Essa é uma das ênfases mais importantes do capítulo inicial de 1 Pedro, especialmente nos versos 18-21, mas também em vários outros versículos. Esse ponto reúne três grandes princípios esposados pelos reformadores: “solo Christo”, “sola Gratia” e “sola Fide”. Embora não encontremos aqui uma referência explícita à justificação pela fé como nas cartas aos Romanos e aos Gálatas, ela é pressuposta em todo o contexto.
O reformador que teve uma experiência pessoal e profunda dessas verdades foi Martinho Lutero. Inicialmente, seu pai desejou que ele seguisse a carreira jurídica. Um dia, ao escapar por pouco da morte, fez um voto a “Santa Ana” de que entraria para a vida religiosa. Ingressou em um mosteiro agostiniano e pôs-se a lutar pela sua salvação, sem alcançar a paz interior que tanto almejava. Até que, ao estudar a Epístola aos Romanos, deparou-se como a promessa de que “o justo viverá pela fé” (Rm 1.17). Teve uma nova visão de Deus e da salvação. Esta já não era o alvo da vida, mas o seu fundamento. Essa nova convicção o levou a questionar a teologia medieval e a iniciar o movimento da Reforma.
Isso nos mostra a importância de uma vida de fé, na plena dependência da graça de Deus, mas também de uma vida de compromisso, que se manifesta na forma de frutos que honram a Deus.
2. A Palavra de Deus
A seção seguinte de 1 Pedro contém outra ênfase importante dos reformadores: a centralidade da Palavra de Deus (1.23-25). A Palavra de Deus é a mensagem que nos fala da graça de Deus e da redenção realizada por Cristo, e nos convida a crer nesse amor. Essencialmente, é o “evangelho” (verso 12), também descrito como a “verdade” (verso 22). Essa palavra ou evangelho é viva, permanente e eficaz porque é a própria “Palavra do Senhor”.
Se o item anterior nos faz pensar em Lutero, este nos lembra de modo especial João Calvino. Calvino não teve uma experiência dramática de conversão como Lutero. Sua experiência foi profunda, mas sem grandes lutas interiores. Ele mesmo pouco escreveu sobre o assunto, dizendo apenas que teve uma conversão repentina (“conversio súbita”). Mas desde o início esse reformador foi tomado por uma forte convicção acerca da majestade de Deus e da importância da sua palavra. Calvino foi, dentre todos os reformadores, aquele que mais energias dedicou a estudo e à exposição sistemática das Escrituras – nas Institutas, nos seus comentários bíblicos, em suas preleções e em seus sermões.
Nos seus escritos, Calvino insiste na suprema autoridade das Escrituras em matéria de fé e vida cristã (“sola Scriptura”). Essa autoridade decorre do fato de que Deus mesmo nos fala na sua Palavra. Ele faz uma distinção interessante entre Escritura e Palavra de Deus, ao dizer que é somente através da atuação do Espírito Santo que a Escritura é reconhecida pelo pecador como a Palavra de Deus viva e eficaz.
Esse ponto nos mostra a necessidade de obediência à Palavra do Senhor para vivermos uma vida cristã genuína e frutífera.
3. Sacerdócio Real
Finalmente, Pedro fala da grande dimensão comunitária da nossa fé. Unidos a Cristo e alimentados por sua Palavra (2.2-4), somos chamados a viver como edifício de Deus e como povo de Deus (2.5, 9). Nas duas referências, os cristãos são descritos como sacerdócio: “sacerdócio santo” e “sacerdócio real”. A conclusão é óbvia: todo cristão é um sacerdote. Não existe mais a distinção entre sacerdotes e “leigos” que havia no Antigo Testamento, mas agora todos têm acesso livre e direto acesso à presença de Deus, por meio de Cristo. Esse sacerdócio deve ser exercido principalmente em duas áreas: no culto e na proclamação. Todos os crentes podem e devem oferecer “sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo” (v. 5); todos os cristãos devem proclamar as virtudes daquele que o chamou das trevas para a sua maravilhosa luz (v. 9).
Os que conhecem alguma coisa sobre a Reforma reconhecem facilmente aqui o princípio do “sacerdócio universal dos fiéis”. Um grupo reformado que ilustra muito bem essa verdade foram os anabatistas. Todos os protestantes valorizaram o sacerdócio universal, mas ele foi especialmente importante para esse grupo incompreendido e horrivelmente perseguido que insistia que a Igreja devia ser uma associação voluntária de crentes, inteiramente separada do Estado e caracterizada pela mais plena igualdade e solidariedade entre todos. Uma bela aplicação do ensino de que todo cristão é um sacerdote de Deus.
Esse aspecto nos mostra a importância da comunhão cristã no corpo de Cristo. Como dizia a placa de uma igreja nos Estados Unidos: “Pastor: reverendo tal; ministros: todos os membros”.
Conclusão
A Reforma do Século XVI foi, mais que uma simples reforma, uma obra de restauração. Restauração de antigas verdades que haviam sido esquecidas ou obscurecidas ao longo dos séculos, e agora foram recuperadas. Essa obra deve continuar em cada geração, seguindo um lema dos reformadores: “Ecclesia reformata, semper reformanda” (igreja reformada, sempre se reformando).
Louvemos a Deus e honremos a memória dos nossos predecessores na fé resgatando esses valores e vivendo de acordo com os mesmos nos dias atuais. Tornemos nossa fé relevante para os nossos contemporâneos, sem fazer concessões que comprometam a pureza do evangelho de Cristo.

23/10/2008

A REFORMA PROTESTANTE - SOLI DEO GLÓRIA


Rev. Aubério da Silva Brito



Deus deseja ser glorificado em, por e através de nós e de nossa instrumentalidade. Este é o último ponto de defesa da Reforma Protestante do Século XVI: A Deus toda Glória. Partindo da Palavra de Deus, os reformadores formularam esta visão teocêntrica que nos ensina algumas certezas:1 - DEUS NÃO DEPENDE DE NOSSA GLÓRIA PARA SER O QUE É.Sabemos, pelas Escrituras, que Deus não precisa receber a glória dos homens para ser completo ou sentir-se realizado. Pois, como disse o próprio Cristo Jesus, Ele já possuía toda glória antes que o mundo existisse (João 17:5). Paulo declara: "Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!" (Rom. 16:36) e , ao concluir sua espístola aos Romanos, louva ao Senhor com estas palavras: "ao Deus único e sábio seja dada glória, por meio de Jesus Cristo, pelos séculos dos séculos. Amém!" (Rom. 16:27). A glória de Deus também foi o tema do cântico dos anjos ao redor do trono, dos sere viventes e dos anciãos, e de todas as criaturas que João ouviu em suas visões, os quais diziam: "Digno é o Cordeiro que foi morto, de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor" (Apoc. 5:12) e, "Aquele que está sentado no trono e o Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, eo domínio pelos séculos dos séculos (Apoc. 5:13) e ainda, "Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação...O louvor, e a glória, e a sabedoria, e as ações de graças, e a honra, e o poder, e a força sejam ao nosso Deus, pelos séculos dos séculos. Amém! (Apoc. 7:10-12).
2 - NOSSA EXISTÊNCIA SÓ TEM SENTIDO SE FOR PARA A GLÓRIA DE DEUSPor que Deus deseja ser glorificado por nós ?. A resposta a esta perguntaestá ligada a uma outra mais profunda e inquietante questão da nossa existência: Por que e para que existimos ? Os reformadores responderam: Nós existimos porque Deus nos criou, e assimnos fez para a sua própria glória. Essa postura reformada é a mais simples análise do ensino bíblico sobre a existência do homem; basta uma olhadela do texto bíblico e logo descobriremos isso (Isaias 43:7). Este lema da Reforma deriva do atendimento de que, assim como o homem, tudo o que Deus fez deve destinar-se à sua glória. Essa deve ser a mola propulsora que nos estimule a viver neste mundo. É sabido que, um dos maiores problemas do homem, em todos os tempos e sobretudo nos dias atuais, é a questão do seu próprio significado. O que significa viver? Muitas pessoas não querem mais viver, pois perderam o rumo, não encontram razão para estarem vivas amanhã. Só descobrirão o verdadeiro sentido da vida ao voltarem-se para Deus, glorificando-o como tal. Quando estamos centrados em volta de Deus e de sua obra salvífica em Cristo, deixamos de servir ao Senhor como pessoas mundanas para nos vermos como pecadores redimidos, cuja vida só pode ter um propósito: glorificar a Deus e gozá-lo para sempre.3 - NOSSA VIDA E NOSSA ADORAÇÃO DEVEM SER SÓ PARA A GLÓRIA DE DEUS Isso quer dizer que nada e ninguém pode receber maior glória do que Deus. A Reforma retornou à verdade de que nada poderia preencher o coração do homem atéque este voltasse para Deus. Dar glória somente a Deus significa que ninguém, nem homens, nem anjos, devem ocupar o lugar que pertence a Ele, no mundo em nossa vida, porque somente Ele é o Senhor. É o que exigeo 1º mandamento: "Eu sou o Senhor, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de mim." (Ex. 20:1-2). Depois do pecado, o homem tem constituído deuses para si em lugar do Deus verdadeiro. Geralmente, esse deus é o próprio homem. Quando decide o que deve ou não crer, o que pode ou não ser verdadeiro, está dizendo que ele é o seu próprio deus. Sua razão, distorcida pelo pecado, é o seu critério de verdade. Mas diz a Palavra: "Eu sou o Senhor, este é o meu nome; a minha glória, pos, não a darei a outrem, nem a minha honra, às imagens de escultura"; (Isa. 42:8). A glória de Deus é o fim do próprio Deus, como crê John Piper, porque Ele é o bem supremo.James M. Boice, presbiteriano já falecido, disse: "Experimentaremos uma renovação na doutrina, no culto e na vida quando pudermos dizer honestamente: "SÓ A DEUS TODA GLÓRIA".

22/10/2008

Corpo mortal


Sei que logo terei de deixar este corpo mortal, como o nosso Senhor Jesus Cristo me disse claramente. (2 Pe 1.14.)

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Por mais maravilhoso que seja nosso corpo, ele é mortal. Dura “uns setenta anos, e os mais fortes chegam a oitenta; mas esses anos só trazem canseira e aflições” (Sl 90.10). O outro corpo, o corpo da ressurreição dos mortos e da súbita transformação dos vivos será gloriosamente imortal (1 Co 15.42, 51-54). A diferença é muito grande e não pode ser plenamente avaliada agora. Tanto Pedro como Paulo enfrentam, com absoluta naturalidade, esse problema do corpo mortal. Ambos têm consciência da proximidade do desenlace, da partida, do momento exato de deixar “este corpo mortal”, ou “esta vida” (2 Tm 4.6). A simplicidade dos dois apóstolos, frente à mais rude e humilhante experiência humana, só pode ser explicada pela esperança cristã: “Sei que logo terei de deixar este corpo”; “já é tempo de deixar esta vida”. O verdadeiro cristão sabe que “se a nossa esperança em Cristo é somente para esta vida, somos as pessoas mais infelizes deste mundo” (1Co 15.19). A ressurreição de Jesus é a segurança de nossa própria ressurreição. Um dos resultados práticos da nossa comunhão com Deus, do nosso conhecimento de Deus e da nossa vitória sobre o pecado é essa naturalidade com relação ao tema que mais amedronta o ser humano — a morte.

Retirado de “Devocionais Para Todas as Estações” (Editora Ultimato, 2005).

13/10/2008

Filha da IPN, Adotada Pela IP.Coqueiros - Terreno Cong.Vale Dourado









Fotos do nosso terreno, comprado a prazo. Precisamos de Parceiros que nos ajude a honrar as parcelas.
Pr. José Firmino.

11/10/2008

A história da infância


Quem tem até 12 anos, não deixa a data passar em branco. Às vezes, muito antes de 12 de outubro – o Dia das Crianças –, já apresenta uma lista enorme para os pais, com pedidos de passeios e presentes, além da solicitação de tratamento especial. Afinal, não é todo dia que é o nosso dia, não é mesmo? Você sabia, porém, que nem sempre existiu o Dia das Crianças e que, no passado, a infância não era feita só de brincadeiras e estudo? Pois é. Antigamente, a infância – o perído que vai do nascimento até os 12 anos de idade – era bem diferente. No Brasil colonial, por exemplo, logo que cresciam um pouco e conseguiam agüentar mais esforços físicos, algumas crianças eram escaladas para tarefas de adultos. “As crianças iam trabalhar, desenvolvendo pequenas atividades, ou aprendiam algum ofício, tornando-se aprendizes. Elas também podiam estudar em casa, com professores particulares, ou na rede pública, nas escolas régias, criadas na segunda metade do século 17”, conta a historiadora Mary Del Priore, do programa de mestrado da Universidade Salgado de Oliveira, autora do livro A História das Crianças, que mostra como viviam as crianças do Brasil Colonial. Infância no Brasil Crianças nunca faltaram no Brasil. Quando os portugueses aqui chegaram, já havia as crianças índias. Depois, somaram-se a elas as que vieram com suas famílias de Portugal e as que chegaram da África com seus pais escravos. Sem contar os meninos e meninas, filhos de escravos e portugueses, que, depois, nasceriam em solo brasileiro.


A rotina dessas crianças, porém, não era moleza. Mal faziam seis anos, as crianças índias e filhas de escravos já iam para a lavoura, trabalhar com seus pais. Não tinham direito de freqüentar as escolas nem podiam pagar pelo ensino. Seus pais valorizavam muito o trabalho e, por isso, as brincadeiras aconteciam somente entre uma tarefa e outra. “A importância da infância foi reconhecida bem mais tarde. A maior parte das crianças, com seis ou sete anos, já estava trabalhando. Não apenas os filhos de escravos, mas as crianças pobres brancas também”, conta Mary Del Priore. As crianças filhas de pais portugueses, em geral, tinham boas condições financeiras. Assim, podiam viver a infância por mais tempo, estudar e brincar. Mesmo assim, porém, eram incentivadas a trabalhar desde cedo e tinham muitas tarefas escolares para cumprir.


Pouco tempo para brincar


Mesmo tendo compromisso com o trabalho ou com os estudos, porém, as crianças que viveram do período colonial até o século 20 no Brasil procuravam arrumar um tempinho para brincar. As ricas podiam adquirir brinquedos nas lojas, que importavam bonecas, carrinhos e outros mimos da França. As pobres, por sua vez, confeccionavam seus próprios brinquedos, que podiam ser feitos de pano, papel ou madeira. “As crianças aproveitavam esse momento de interrupção do trabalho para viver a infância, mostrando que a vontade de ser criança, de brincar, era grande, mesmo tendo pouco tempo de lazer”, conta Mary Del Priore. Essa dura realidade, porém, começou a mudar na metade do século 20. Isso porque as famílias começaram a ser menores, por diferentes razões. Na época, cresceu, por exemplo, o número de mulheres que trabalhavam e, por isso, optavam por não ter uma família grande. Com poucos filhos, mais atenção podia ser dada aos pequenos, como lazer, educação e mais brinquedos. Dia das crianças e do comércio No século 20, o comércio cresceu no Brasil. Mais lojas surgiram e as de produtos para crianças estavam na lista das mais procuradas. O Dia das Crianças, aliás, está associado, para alguns pesquisadores, ao crescimento do poder de compra das famílias e das fábricas de brinquedos. Mas por que justamente o dia 12 de outubro foi a data escolhida? Conta-se que, em meados do século 20, as lojas que vendiam esse tipo de artigo resolveram selecionar uma semana inteira para fazer promoções, que terminavam sempre no dia... 12 de outubro! Portanto, aí talvez esteja a explicação.


Infelizmente, porém, a alegria de poder aproveitar essa data não é uma realidade para todos. Ainda hoje muitas crianças não podem curtir a infância e suas famílias não têm condições de comprar brinquedos. Mesmo com a proibição da lei, pesquisas recentes indicam que há cerca de um milhão de crianças trabalhando em nosso país. “O trabalho sempre esteve associado à infância no passado e daí a dificuldade de fazê-lo desaparecer nos dias de hoje”, explica Mary Del Priore. Conhecer, porém, a história do nosso país – e a das crianças brasileiras – pode nos ajudar a mudar esse quadro. Afinal, saber como viviam meninos e meninas no Brasil de tempos atrás pode nos mostrar como não queremos que vivam os brasileirinhos de hoje e de amanhã!


Cathia Abreu Ciência Hoje das Crianças 10/10/2008

09/10/2008

A Reforma Protestante - Ulrich Zwínglio

A Reforma religiosa que iniciava na Alemanha, também frutificava na cidade de Zurique, na Suíça, com Ulrich Zwínglio. Ele foi um reformador do cantão leste suíço, região de língua alemã, nascido em Wildhaus, Sankt Gallen, em 1 de Janeiro de 1484, e estudou nas universidades de Viena e Basiléia. Em 1516 obteve uma versão latina do Novo Testamento, que Erasmo de Roterdã havia traduzido do grego. Dedicou-se a estudar e a pregar, vindo a atacar as doutrinas romanas, especialmente a veneração dos santos e a venda de relíquias, as promessas de curas e o abuso originado na venda de indulgências. Em 1 de Janeiro de 1519, a sua popularidade lhe rendeu o nomeamento como pregador da colegiata de Zurique. Entretanto, o Papa Adriano VI o proibiu de pregar e exigiu que o consistório de Zurique o condenasse como herege. Assim no ano de 1523, Zwinglio apresentou diante do conselho da cidade as suas Articuli sive conclusiones LXVII [Os 67 Artigos ou Conclusões], em que reinvindicou a supremacia da Escritura Sagrada sobre a autoridade papal e a tradição romana. Nestes artigos se opôs ao culto de imagens, as relíquias e aos santos, atacou a doutrina sacramental romana e o celibato do clero. Ele mesmo contraiu casamento, em 1524, com Anna Reinhardt, uma viúva com quem vivia publicamente como sua esposa.Mais energicamente em 1525, com a aprovação do conselho de Zurique transformaram os monastérios em hospitais, eliminou a missa e o uso de imagens nos templos, e adotou apenas dois sacramentos, o batismo e a Ceia. Durante o seu esforço de implantação dos princípios da Reforma, Zuínglio não conseguiu banir definitivamente o catolicismo da Suíça, embora a sua obra tenha aberto uma larga porta para a Reforma na Suíça. Ele intencionava implantar a sua doutrina em outros cantões, assim seis deles tornaram-se seus seguidores, todavia, outros cinco cantões montanheses da região de Uri, Schwyz, Unterwalten, Lucerna e Zug mantiveram-se católicos. A hostilidade entre os cantões desembocou, em 1529, num conflito armado, em que os católicos venceram. Dois anos depois, num outro conflito, os reformistas perdem novamente, e Zwinglio morre em 1531, pondo fim a continuidade de sua obra na Suiça. Ele não obteve tanto êxito em sua tarefa de reforma como Lutero, e ficou quase que esquecido após a sua morte prematura.Principais obras escritas


1.Articuli sive conclusiones LXVII (Os 67 Artigos ou Conclusões de Ulrich Zwinglio) escrito em 1523.2. De vera et falsa religione commentarius (Um Comentário da verdadeira e falsa religião) escrito em 1525. Esta obra foi dedicada ao rei francês Francisco I, que era católico.

Rev. Ewerton B. Tokashiki

07/10/2008

A Reforma Protestante

O Calvinismo cristalizou a Reforma. Lutero e Zuínglio tinham modificado radicalmente a antiga religião, mas, para além do vigoroso realce dado à Palavra de Deus, as crenças reformadas careciam duma autoridade precisa, duma direção organizada e duma filosofia lógica. João Calvino deu-lhes tudo isso e mais ainda. Ele foi um daqueles raros caracteres em que o pensamento e a ação se conjugam e que, se chegam a deixar marca, gravam-na profundamente na história. A influência que ele exerceu desde a cidade de Genebra, que praticamente governou a partir de 1541 até à sua morte, em 1564, espalhou-se pela Europa inteira e mais tarde pela América.
Calvino nasceu na França, a 10 de julho de 1509, em Noiyon, onde seu pai era notário apostólico e delegado fiscal. O pai era um respeitável membro da classe média, que esperava que o seu segundo filho, João, seguisse a carreira eclesiástica; mas os seus antepassados mais remotos tinham sido barqueiros em Pont-l'Evêque, no rio Oise. João Calvino estudou teologia, e depois direito, nas Universidades de Paris, Orleães e Bourges.
É incerto quando e como tenha Calvino abandonado a fé dos seus maiores. Mais tarde ele escreveu: Deus sujeitou-me o coração à docilidade através duma conversão repentina. Sem dúvida que os seus interesses se foram desviando dos clássicos e das leis para o estudo dos Pais da Igreja, e das Escrituras. As influências primordiais foram provavelmente as do Novo Testamento grego de Erasmo e dos sermões de Lutero. O Testamento grego revelou-lhe até que ponto a doutrina da Igreja se tinha afastado da narração evangélica. Os escritos de Lutero faziam realçar aquela idéia que germinava agora na sua própria mente e que iria influenciar dali por diante tudo o que ele fez, a de que o homem, carregado de culpas, apresentando-se coberto de pecados perante o Deus perfeitamente bom, somente pode salvar-se pela sua fé absoluta e sem restrições na misericórdia divina.
Calvino passou a escrever a obra que veio a ser o livro texto da Reforma Protestante, a sua Instituição da Religião Cristã, que continha as idéias fundamentais em que assentava o Calvinismo. Ao cabo de 23 anos da sua primeira publicação - 1536 - os seus seis capítulos originais tinham aumentado para oitenta, mas as idéias não tinham sofrido modificações sensíveis. Talvez que nenhum livro publicado no século XVI tenha produzido efeitos de tão largo alcance.
Quais eram os fundamentos da sua crença? Tal como Lutero e Zuínglio, a Bíblia, a inspirada Palavra de Deus, constitui a base final de todas as suas idéias. "Tal como sucede com os velhos, e os que sofrem de oftalmias, e todos os que têm má visão, que, se lhes pusermos diante nem que seja o mais belo livro, embora eles reconheçam que ali está escrita alguma coisa, mal conseguem juntar duas palavras, mas, se forem ajudados mediante a interposição de óculos, começarão a ler indistintamente, assim também a Escritura, reunindo todo o conhecimento de Deus na nossa mente, doutro modo confusa, dispersa as trevas e mostra-nos claramente o verdadeiro Deus." Embora Calvino admitisse que a Escritura era totalmente isenta de erro humano, salientou que "as Escrituras são a escola do Espírito Santo, onde nada é omitido que seja necessário e útil conhecer, e nada é ensinado, exceto aquilo que seja vantajoso saber"; e sustentou que o Antigo Testamento era tão valioso quanto o Novo. "Ninguém pode receber sequer a mínima parcela de reta e sã doutrina se não passar a ser um discípulo das Escrituras e não as interpretar guiado pelo Espírito Santo."
É óbvio que a Igreja e o Estado devem ambos derivar a sua autoridade da Escritura. Calvino distinguia, como outros fizeram, entre a Igreja visível e a invisível. A segunda era formada por todos os que estavam predestinados à salvação. Afirmamos, escreveu ele na Instituição, que por decreto eterno e imutável Deus já determinou de uma vez por todas quem Ele admitirá à salvação e quem Ele admitirá à destruição. Confirmamos que esse decreto, pelo que respeita aos eleitos, fundamenta-se no Seu decreto desinteressado, totalmente independente dos méritos humanos; mas para aqueles que ele destina à condenação as portas da vida ficam fechadas por um julgamento justo e perfeito. A teoria da predestinação de Calvino nasceu da sua crença na presciência absoluta de Deus, e da firma convicção, robustecida pelas suas leituras de São Paulo e Santo Agostinho, de que o homem é incapaz de se salvar pelas suas próprias ações; somente pode ser salvo pela imerecida graça de Deus, livremente concedida. Mas, se a Igreja é o grêmio dos predestinados ou eleitos, ela deve necessitar de alguma expressão visível, ainda mesmo que imperfeita.
A autoridade da Igreja é puramente religiosa, assim como a autoridade do Estado é puramente política. Calvino atribuiu uma autoridade de origem divina e chamou aos magistrados os ministros da justiça divina. Enquanto a Igreja lida com a vida da alma ou do homem interior, os magistrados ocupam-se em estabelecer a justiça, civil e exterior, da moralidade. Idealmente, o Estado não deve interferir com a Igreja, embora deva fazer tudo aquilo que puder para ajudá-la, mas Igreja também não deve interferir no Estado.
Os Regulamentos Eclesiásticos de Calvino estabeleciam como devia ser governada e Igreja. Esta tinha 2 instituições dirigentes, o Venerável Ministério e o Consistório. O primeiro, formado pelos pastores, examinava os que se sentiam vocacionados para a ordenação, apresentando depois ao Conselho para a aprovação aqueles a quem tinha escolhido; escutava os sermões sobre a doutrina, e agia como censor moral. O Consistório, um conselho de seis ministros e doze anciãos escolhidos entre os membros dos três conselhos governativos, era de todos os instrumentos de governo de Calvino o de maior significado. Em teoria era um tribunal da moral, mas a moralidade em Genebra não tinha limites; o Consistório tomava conhecimento de todas as formas de atividade, lidando com os vícios mais graves e com as infrações mais banais. A sua disciplina era severa e mantida por meio da excomunhão; as sentenças que proferia eram muitas vezes rigorosas, mas não o eram invariavelmente. O adultério, o jogo, as pragas, a bebida, o dormir na altura dos sermões e todas as práticas suscetíveis de poderem ser consideradas católicas, tudo isso caía sob a sua alçada.
Genebra tornou-se a central do mundo protestante. Refugiados protestantes de toda a Europa encontraram refrigério e ensino adentro das suas fronteiras, dando rapidamente uma feição acentuadamente cosmopolita à cidade. O ensino calvinista floresceu na sua universidade e na Academia fundada por Calvino em 1559. A literatura impressa em Genebra inundou a Europa, quer através do mercado livre, quer vendida por colporteurs clandestinos; os livros e folhetos eram de formato especial para se poderem transportar sem serem descobertos.
Quando em 1564 Calvino morreu, pôde no mínimo repousar com o seguro conhecimento de ter criado um dos mais importantes movimentos religiosos e políticos da história mundial.

Texto Retirado da Segunda Edição do Livro Renascimento e Reforma, de V.H.H. Green. Publicações Dom Quixote, Portugal.